Tempos diferentes exigem abordagens diferenciadoras. Se continuarmos a fazer sempre as mesmas coisas, já percebemos que os resultados não chegam como chegavam no passado.
Mudar seria muito simples se o mundo não fosse feito de pessoas, como nós. Não temos que estranhar que as nossas equipas não descolem quando lhes pedimos qualquer coisa de diferente se a nós próprios também não nos é confortável fazer de outra forma ou mergulhar no desconhecido…
Qualquer alteração de paradigma implica sair da zona de conforto e funcionar num domínio de incerteza e pouca segurança, numa zona de falta de experiência, o que se revela para muitos como algo similar a trabalhar no… limiar do pânico!
O que queremos do futuro?
É sempre mais fácil saber o que não queremos… Provavelmente não sabemos claramente o que responder, ou não temos mesmo qualquer ideia. Tipicamente, é mais fácil termos a noção do que não queremos que aconteça.
No presente, sabemos do que é que gostamos e do que é que não gostamos. Se olharmos para trás, para o caminho que percorremos, sabemos igualmente o que mais gostámos ou o que nos desagradou no nosso passado, mas é bem provável que a incerteza relativamente ao que queremos para o futuro continue…
Mas o que nos impede de sonhar?
Provavelmente passaram-lhe valores como trabalhar muito, ter espírito de sacrifício e aceitar o destino… mas, e onde ficou o sonho? Será que nos incutiram umespírito demasiado limitado em pequenos e que não nos ajudaram a desenvolver a nossa auto-estima o suficiente? Será que nos disseram para não sonharmos acordados?!
É que a maneira de atingir objectivos é sonhar com o que queremos para nós!! E tudo dependerá daquilo em que se acredita…
Se acreditar, acontece, temos é que estar dispostos a pagar o preço e a sair de nós!
Fora da minha praia…
Esse preço é o preço do agir incondicionalmente, de fazer o que for preciso para chegar aos resultados que queremos atingir. Esse preço, muitas vezes, vai para além do que sabemos ou conhecemos…
Falar da praia de cada um ou da zona de conforto é uma metáfora para designar o ambiente que controlamos, em que as coisas nos são familiares e confortáveis, independentemente de nos serem agradáveis ou não… A zona de conforto representa o que conhecemos e elenca os nossos hábitos e rotinas, as nossas competências e conhecimento, as nossas atitudes ou comportamentos.
Fazer diferente, na ânsia de outros resultados, implica sair da nossa praia… implica aprender outras coisas, mergulhar no desconhecido, arriscar mais. Para uns este mergulho é fantástico, e é sinónimo de desenvolvimento; para outros, é como se se lhes puxasse o tapete, é angustiante, é incerto e dá medo.
Mas, para todos, é cada vez mais preciso!
Em torno da zona de conforto temos uma zona de aprendizagem que nos permite alargar a visão que temos das coisas, experienciar coisas novas, enriquecer os nossos pontos de vista, alargar hábitos e conhecer outras necessidades. Gravitar para esta área de aprendizagem alarga a nossa experiência, permite-nos aprender e transformar.
Para alguns este mergulho no desconhecido é sinónimo de desenvolvimento e diversão, são completamente apaixonados por estar consistentemente a descobrir os próximos passos, a fazer diferente, por mais que os saltos que dão resultem no bater com a cabeça na parede.
Para outros, é algo angustiante e por isso tendem a evitar o mais possível o desconhecido, já que sair da zona de conforto é percepcionado como arriscado, gera medo de falhar, medo do embaraço, receio de cair no ridículo, das opiniões dos outros…
Mas, e se correr bem?
Zona mágica…
Podemos dar-nos ao luxo de não arriscar? Por nós e pelas nossas Equipas?
Hoje é difícil acreditar em varinhas de condão, mas arriscar pode revelar-se mágico e trazer-nos novos grandes desafios!
Gerir os nossos medos ajuda a fazer crescer a auto-estima e isso dá-nos uma perspectiva diferente sobre a realidade, sobre os objectivos e as metas que queremos abraçar. Não há problema em, de início, nos sentirmos vulneráveis, pouco competentes e sentirmos que é arriscado. Não se pode saber tudo… aprendizagem é isso mesmo!
E vai ver que, quantas mais vezes se forçar a sair da zona de conforto, menos desconfortável a situação se torna! Não quer dizer que a zona de conforto desapareça ou fique mais pequena, mas muda significativamente.
“Desconforme-se”, atreva-se e seja perseverante! O seu exemplo vai inspirar e contagiar outros…
Ajude-nos a melhorar! Deixe-nos por favor o seu contributo para o tema.