E se o bolo fosse maior?

Lamento, mas a reflexão que proponho não é minimamente gastronómica.

Isso não quer dizer que não possa aguçar o apetite… para deixarmos a imagem inadequada fora de portas, para SERmos melhores pessoas e melhores profissionais e para, nas nossas Equipas, FAZERmos a diferença, cooperarmos mais e garantirmos que ajudamos os outros a crescer.

Quando a porta se abre…

Muito recentemente, quando analisávamos a estratégia comercial de uma empresa que acompanhamos, pedi a um dos delegados para me mostrar a sua agenda… para minha surpresa posso desabafar que até tinha linhas extra!

Senti-me como quando num consultório médico marcam consultas de vinte em vinte minutos e depois aguardamos hora e meia na sala de espera para que nos chamem.

Às vezes esperamos dias, semanas ou até meses para nos receberem, para conseguirmos aquela reunião. Como é possível chegarmos atrasados ou entrarmos na sala de reuniões esbaforidos?

Que imagem da empresa e de nós próprios vamos deixar? O que acha que vai acontecer na cabeça do potencial cliente quando lhe falar de compromisso, rigor, cumprimento de prazos?!

Quanto melhor a primeira impressão, melhor a semente! É o melhor investimento que pode fazer para de futuro, e de forma progressiva, ganhar confiança.

É determinante prepararmos as reuniões, alinharmos nos 10 minutos que as precedem o que vamos dizer e como queremos que decorram e, depois, demonstrarmos conhecimento sobre a área de actividade em que operam. Com tanta tecnologia e gadget à nossa volta, não há desculpas para não conseguir uma simples pesquisa no Google…

É que a má impressão é como uma virose, demora um ápice a surgir, mas espalha-se que eu sei lá… O que é que quer que digam da sua empresa ou de si quando sair? É que essa mesma tecnologia, que o ajuda a fazer um figurão pela informação que disponibiliza, também, tal como os vírus, propaga num ápice situações caricatas, pouco congruentes e feedback negativo!

Nunca se sabe…

E como vai a sua impressão de si próprio? Está satisfeito ou está verdadeiramente orgulhoso?

Se pode ser um “chef”, por que razão há-de ficar por cozinheiro ou ajudante de cozinha?

Como é que se pode tornar no fermento que o seu negócio precisa para crescer?

Tudo começa com uma ideia ou com um simples contacto… nunca prescinda de uma ideia sem a explorar um pouco mais ou, pelo menos, sem a partilhar com alguém. E se puder fazer mais dois contactos hoje, ou um que seja, porque é que há-de deixá-los para amanhã?

É que nunca se sabe mesmo… e se resultar, já pensou?

Ponha esses “E se?” que andam aí dentro cá para fora, partilhe e escute abertamente as opiniões dos outros. Rodeie-se de pessoas positivas, dinâmicas, que acreditam que o futuro está nas nossas mãos construir, ninguém o fará por cada um de nós!
“Auto-incomode-se”, tome decisões, nem que sejam minúsculas, supere-se e contagie quem o rodeia…

Ajude os outros a conquistar a fatia deles

Dar aos outros o melhor de nós, em qualquer relacionamento, torna-nos melhores pessoas.

E o que nos impede que o façamos na nossa equipa, com os nossos pares, com os nossos subordinados? Simpatia, disponibilidade e flexibilidade não são sinónimo de ingenuidade, ninguém lhe vai roubar o lugar ou o prestígio…

Quem é que conhece alguém que se possa dar ao luxo de trabalhar o mesmo e da mesma forma que o fazia há 5 anos, com os mesmos horários e as certezas de outros tempos? O mercado mudou, as pessoas que estão dispostas a crescer estão a dar mais por menos, e essa entrega é tanto mais genuína quanto melhor o ambiente, o espírito de equipa e a entreajuda.

E às vezes ajudar a crescer é dizer não, é mandar para casa descansar que sem as horas de sono adequadas ninguém tem a produtividade de que precisa, é ousar dar uma opinião sincera mesmo quando não nos pedem (ou quando era mais fácil ficar calado), é mostrar como se faz, é elevar o moral em vez de levantar a voz…

No dia-a-dia nas Empresas podemos virar-nos para o nosso umbigo na esperança de sermos a próxima vedeta (mas geralmente a gula corre mal), podemos ficar na sombra à espera que alguém brilhe (e corremos o risco de nos tornarmos dispensáveis), ou podemos unir-nos, confiar, cooperar e contribuir para que o bolo cresça…

É que só assim a fatia de cada um será maior!