Pois é bem verdade, aparecem mais notícias desastrosas sobre défices, taxas de crescimento nulas, PIB a baixar e IVA a aumentar, congelamentos de salários, e quando tudo parecia que estava a melhorar, cai uma bomba nas nossas cabeças.
Por várias razões me recuso a ver noticiários, e embora sinta que o ambiente está diferente, convenhamos… está assim há muito tempo. Continuamos a acreditar que a CRISE é de valores, brio profissional e motivação, mais do que crise financeira. As boas notícias não vendem da mesma maneira que as notícias de calamidades e tragédias.
Mas crises à parte, quantas vezes pára tudo na sua empresa?
E já se perguntou porque é que isso acontece? E quanto tempo demora depois a retomar o ritmo?
Observamos frequentemente nas empresas momentos de “pára tudo”. Eles ocorrem em várias ocasiões e causam pequenas tempestades nas empresas e nas equipas, com repercussões mais ou menos complicadas.
Acontece ainda que estes “pára tudo” são muitas vezes exacerbados e alvo de excesso de zelo, outros há que se manifestam quando a equipa está demasiado confiante e algo acontece.
A verdadeira questão está em impedir os “pára tudo”, não só para evitar a entropia que estes causam, como ainda para minimizar o impacto de problemas externos e internos na estrutura.
Os “pára tudo” no Marketing
São os primeiros alvos quando a crise, problemas, confusão e falta de budget atacam. O marketing deixa de ser um investimento para passar rapidamente a custo, e em alguns casos bem elevado. As acções de marketing passam a ser consideradas luxos e não necessidades, e opta-se por diminuir as aparições no mercado, seja na imprensa escrita, TV, anúncios, acções de e-mail ou mailings.
Como evitar? Já pensou bem que as acções menos dispendiosas são por vezes as mais proveitosas? Todos os anos o Plano de Marketing das empresas deve conter um Plano de Emergência, para o caso de o budget se esgotar. Além disso, devem estar contempladas as acções mais competitivas e menos dispendiosas para alturas de maior contenção de despesas.
Acções de e-mail marketing, utilização de redes sociais, validações de bases de dados, telemarketing feito por comerciais da equipa, envios de newsletters dirigidas a contactos pré definidos, entre outras acções, podem ser de uma enorme eficácia. Faça sempre por medir o sucesso de cada uma destas acções, marcando objectivos para cada uma delas e depois vendo o resultado obtido e a diferença entre o esperado e o conseguido. Só assim conseguirá concluir se a acção resultou ou não.
Crie na empresa um Comité de Ideias responsável pelo desenvolvimento e criação de ideias novas para o Marketing da empresa. Esta equipa consegue assim capturar e gerir estratégias novas, sem ser com o stress e a pressa característica dos momentos de crise.
O “pára tudo” nas Vendas
Como o negócio está complicado, como as vendas estão a diminuir, assistimos em algumas empresas à redução de apoio comercial. Tiram os comerciais da rua e passam a tê-los no escritório. Esquecem-se de que quem não aparece… esquece!
Reduzir custos de combustível e viaturas pode ser uma boa ideia, apenas se redefinir as rotas de visita que os comerciais fazem. Além disso, uma das acções que fazemos é a classificação de clientes A, B e C com posterior definição de um plano de seguimento individual. Quantas vezes os C’s são mais visitados, pois os comerciais conseguem uma recompensa emocional interessante, alguma venda, mas perdem alguma eficácia junto dos clientes que podem verdadeiramente gerar mais vendas? Não estamos com isso a sugerir terminar as visitas aos clientes C, mas sim equacionar um acompanhamento menos intensivo.
O “pára tudo” nos Sonhos
Este é o mais grave de todos. Com os problemas, as pessoas deixam de conseguir sonhar. Ficam de tal modo tolhidas pelas condições externas, que, de facto, param a actividade empreendedora, param as acções no terreno, param os planos de crescimento futuros, param o celebrar de pequenas vitórias e com isso a motivação, empenho e garra vão diminuindo.
Este parar de sonhar é que impede de crescer e sair destes momentos menos positivos!
E então como é que não paramos? Investindo em novas maneiras de crescer, em apoiar a equipa, em não deixar de sonhar.
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